segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Tempo Fechado

foto: raul garré
Nuvens carregadas de dúvidas sob o céu das incertezas,
Movidas pelo vento que sopra ora forte, ora não.
Olhar preocupado, sorriso forçado, mãos sob a mesa,
Tempo fechado, sentimentos guardados,
pés descalços sobre o chão.

Tempestade elétrica num horizonte sem amanhã,
Raios, relâmpagos e trovões que me trazem o medo.
Parecia que o dia seria tão bonito pela manhã,
Não acreditava que iria escurecer tão cedo.

Junto do cheiro da terra vêm as lembranças,
Junto da tempestade veio a dor,
Distante do teu olhar perdi minhas esperanças,
Diante da tua escuridão meu céu perdeu a cor. 

Do livro "Poemas Urbanos", Editora Alcance, pág. 11 

domingo, 19 de setembro de 2010

Lacunas

                                       
Um leve toque,
de olhos fechados,
o mundo lá fora,
parece não existir.

Minhas mãos te ganham,
e as tuas...
Afagam a minha alma.

O gosto, o sabor,
da pele molhada.

O calor vulcânico,
que preenche nossas lacunas.

À meia luz te vejo,
me entrego, me rendo,
me afogo num beijo.

E depois te perco.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pétalas no Caminho

foto: alberto blank

Delicada, sensível e cheirosa,
Defeitos que nem parecem espinhos.
Uma mulher, uma flor, uma rosa,
Pétalas no meu caminho.

Nasceu e cresceu distante,
Floresceu para chamar minha atenção.
Seu cheiro, suas pétalas, seu belo semblante.
Tocaram fundo o meu coração.

Hoje não consigo lembrar se foi rosa, ou se foi mulher.
Nem se foram defeitos, aqueles espinhos...

Do livro "Poemas Urbanos" Editora Alcance, pág.  77

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Poesia no Bar


Poesia no bar,
Literatura alternativa,
Versos improvisados,
Impressos num pequeno pedaço de papel.

Idéias circulam,
Misturam-se as sensações,
Instigam o imaginário,
Caminham sem pressa de chegar.

Entre um gole e uma tragada,
Um verso disperso,
Um soneto, um poema urbano,
Um toque de requinte no ar.

Poesia no bar,
Subversão das palavras,
Atitude, presença,
Liberdade para voar.