É madrugada,
Silenciosa chuva.
O brilho da noite dormiu com teus olhos.
O beijo de ontem descansa em meus lábios,
Eu me espalho pra sonhar.
O espelho,
O cinzeiro cheio de pontas,
A umidade natural de Pelotas me contagia.
Olhos úmidos enquanto escrevo esta poesia,
Não, não vou falar de amor.
Vou tentar me conter,
Controlar o incontrolável.
Sob a pena de jamais voltar a escrever,
Sobre sentimentos que me deixam triste,
Enquanto...
Castelos de areia desabam lá fora.
quinta-feira, 31 de março de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
Tantas frases
São tantas frases parecidas
Desejos que se confundem com impulsos
Ironias da vida
Felicidade em cortar os pulsos
Ao sul está meu norte
Por menos que alguém se importe
Escrevo pra onde aponta o meu nariz
A poesia é meu recanto feliz
Viajo nos sonetos de amor
Palavras sem pudor
Psicologia baseada em fatos surreais
Fantasias dos mesmos carnavais
Manhãs feitas de cinza, saudade e dor
Distúrbios pseudo-sociais
segunda-feira, 28 de março de 2011
Ausência
Um vôo noturno,
Teus olhos de saturno,
Circulam meu espaço.
Boca de lua crescente,
Sorrindo um pouco da gente,
Sem pedir licença.
Inocência,
Meu inferno é o céu,
O frio do inverno num pedaço de papel.
Um poema...
Tua ausência.
sábado, 26 de março de 2011
Aos olhos
Aos olhos de quem não quer vê
Passo sem ser percebido
Acelero nas esquinas
Esquecidas sobre tempos vindos
As noites impulsivas
De veneno temporal
Drogas lícitas servidas
Sob aplausos da hipocrisia geral
No rastro de quem me persegue
Mesmo que negue ou não
São tantos passos em falso
Não há remédio pra solidão
Poemas escritos em mesas de bar
Evidenciam momentos ocultos
Entrelinhas de versos curtos
Um milhão de possibilidades
De se apagar.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Proximidade
Vivo
esperando
Versos, restos de azul no céu
Nuvens passageiras
Que se demoram a vida inteira
Pra passar
Espero
sonhando
Amor, flor retraída
Esperança sem certeza
Como a água da represa
A esperar
Sonho
escrevendo
Profundo, mundo lado b
Andarilho das calçadas
Caminhando a troco de nada
Só por andar
Escrevo...
Você
pra você
por você
Só assim
Sinto-me mais próximo de mim
terça-feira, 22 de março de 2011
Sarau
foto: raul garré |
Alguns passos contra o vento
Transeuntes, passantes
Cartazes nas vidraças, pessoas em movimento
Palavras apenas, não podem descrever este instante
Talvez seja preciso um pouco de poesia
Engavetada, suja, de amor
Intercalada com música na mesma sincronia
Ouvidos atentos, sentimentos da mesma cor
As paredes centenárias, os livros de sabe quem
Já não contam a mesma história
Que perdidas na memória
Não pertencem a ninguém
Tantas batalhas, tantas vitórias
Tantas glórias, tanto vai e vem.
domingo, 20 de março de 2011
A dois
É fogo
Brasa que demora uma eternidade
Lado b dessa cidade
Psicologia fácil de entender
[O que fazer?
Pra que correr
Se tudo que demora chega
Um papo breve
Um som de Vitor Ramil no violão
O tempo para
A respiração é lenta
Os olhos fechados
Sabem onde te encontrar
[Pra que sonhar sozinho?
Se o caminho é tão melhor a dois.
quinta-feira, 17 de março de 2011
Faz tempo
Todas as noites que a solidão serve o meu cálice,
Ligo o rádio na mesma estação.
Sento-me em frente àquela poltrona vazia,
Esperando ouvir mais uma vez aquele som.
Ligo o rádio na mesma estação.
Sento-me em frente àquela poltrona vazia,
Esperando ouvir mais uma vez aquele som.
Enquanto o ponteiro das horas aponta para mim,
Percebo o porta-retratos vazio na estante.
Empoeirado pelo tempo,
Tempo que não poupa ninguém.
Percebo o porta-retratos vazio na estante.
Empoeirado pelo tempo,
Tempo que não poupa ninguém.
Depois que a noite chega,
O passado e o presente se misturam.
As lembranças renascem dentro de mim,
E apertam meu peito.
Não tento disfarçar, nem fugir,
Sinto-me cansado.
O passado e o presente se misturam.
As lembranças renascem dentro de mim,
E apertam meu peito.
Não tento disfarçar, nem fugir,
Sinto-me cansado.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Próxima parada, próxima estação
Antes que as folhas secas
Ganhem o chão do outono
Empresta-me teu coração sem dono
Entrega-me teu ouvido um pouco
Despertemos juntos para o agora
Pois o frio la fora começa a intensificar
Estamos prontos pra nos encontrar
A partir do nosso próprio conhecimento
Antes que a chuva traga com o vento
Um certo descontentamento num adeus antecipado
Façamos que este instante fique eternizado
Numa página amarelada do tempo
Os trilhos nos levam à próxima estação
Num livro de ficção de Lobo da Costa
Um pouco de poesia pra quem gosta
Uma passagem só de ida pra ilha da percepção.
domingo, 13 de março de 2011
Estamos Juntos
Estamos juntos
Mesmo distante ou perto
Perdidos num grande deserto
Na solidão quilométrica
De uma estrada vazia
Estamos próximos
Mesmo sem te ver ou te ouvir
Teu cheiro, eu posso sentir
Degustar teu sabor que é meu
Fazer parte de um delírio teu
Estamos unidos
Mesmo que não em ideais
Assuntos secundários fundamentais
Não fazem de ti um espelho
Somente o nosso amor
Estamos vivos
Mesmo que seja circunstancial
Tua essência é essencial
Tempero que dá gosto a minha carne
Poesia que dá leveza a minha alma
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