tropecei na calçada
afundei na sarjeta
a sujeira da rua
escorrendo em meu rosto
resvalei numa vala
mergulhei de cabeça
encontrei a fraqueza
tremulando o meu corpo
deslizei numa falha
do sistema proposto
não sei se foi por gosto
não me enquadro a sistemas
um homem caminha
pela margem fria
da sociedade moderna
carrega em cada perna
o peso da soma
de todas as injustiças
que já sofreu
um homem se arrasta
sob a mão nefasta
do mundo concreto
ele foi condenado
a espiar pelas frestas
e viver com as sobras
de quem já comeu