quinta-feira, 29 de maio de 2014
a hora vai passar
não deixe de falar
o que te aflige
e encontre um tempo
para ouvir o que te excita
nessa vida
não permita que a morte
nos derrube calados
no fundo do mesmo porão.
terça-feira, 27 de maio de 2014
causa e consequência
talvez o mundo continue o mesmo
depois que o inverno chegar
haverá fome na esquina
e gente passando por cima
cachorros de rua
dividindo espaço na chuva
selvagens alcoólicos
na contramão de seus propósitos
injustiça e desigualdade
servidos à la carte
escravidão no sistema
como causa e consequência.
terça-feira, 20 de maio de 2014
as gentes
a gente se ama
faz uma semana
a gente se encontra
e sempre apronta
a gente cai fora
e não vê a hora
de acender uma ponta
a gente não cansa
de falar o que pensa
a gente se atreve
a dizer o que escreve
a gente tolera
e nunca espera
que o destino revele
a última instância
sexta-feira, 16 de maio de 2014
fato síntese
ontem
cortaram as árvores
do horizonte
antes
derrubaram outras
importantes
agora
há um concreto frio
lá fora
sem nenhum oxigênio
quinta-feira, 15 de maio de 2014
à deriva
deixou as nuvens
agora navega por ares possíveis
distante daqueles vales escuros
onde à noite
o silêncio é maior
desceu do cume
onde as aves de rapina espreitam
onde o ar é bem mais rarefeito
e o amor
é capaz de sustentar alguém
em queda livre
pelas tabelas e esquinas da vida
como as folhas do outono,
à deriva
mais uma nau
que se perdeu por aí
quarta-feira, 14 de maio de 2014
agora
quem sabe
viramos o disco
trocamos a faixa
e jogamos no lixo
aquele fardo pesado
de dúvidas desnecessárias
quem sabe
mudamos de lado
um outro prefixo
e despachamos pela janela
todo pensamento
que não represente o agora
sábado, 10 de maio de 2014
enquanto isso
o banal e o consenso
são maiores do que pensas
a “verdade” continua
protegida a sete chaves
por quem quer autoridade
a hipocrisia então,
é regra
em terra de quem vê pouco
a justiça é bem mais cega
e viva a mídia que emburrece
e o regime que emagrece
a inteligência da espécie!
sexta-feira, 9 de maio de 2014
sem fim
sonhei com a liberdade
correndo no campo
com
lágrimas nos olhos
o vento a favor
e um soluço que aumentava
e diminuía de intensidade
a cidade ficara para trás
bem como
alguns planos perfeitos de felicidade
o sol radiante
no horizonte
pintava um pedaço do céu de vermelho
mas era tanto azul
e tanta luz
que aquele sonho não acabou
nunca mais.
sábado, 3 de maio de 2014
pelo sim e pelo não
não acredito no amor
como moeda de troca
como partida sem volta
como um olhar sem perdão
amar é mais que doar-se
é cumprir além do impulso
pelo sim e pelo não
o amor diferencia o forte do fraco
o doce do amargo
a solidez e a solidão
não é propriedade privada
realidade forjada
e não pode estar sufocado
por qualquer situação.
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