domingo, 22 de fevereiro de 2015

caos

a chuva alaga
teus poros fechados
e o esgoto propaga
a febre dos ratos

há canos furados
debaixo do asfalto
telhados de vidro
trovões, estilhaços

o resto é mercado
interesse, política
o caos instalado
quinhentas mil vítimas

a chuva apaga
teu nome do chão
e os dias se passam
não há solução

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

não importa

não importa
o peso que suportam
as nossas costas
nem o preço
que vendemos
as nossas melhores horas

não importa
o mundo que nos engole
atravessado
nem o que pede
algum trocado
ao cruzar a porta

não importa
o medo que distorce
a realidade
nem o que cega
a sociedade
ao puxar a corda

não importa
a distância entre a loucura
e a lucidez
afinal...
o que é ser lúcido?
pra um bando de estúpidos