quinta-feira, 29 de abril de 2010

Tardes Incertas

Ao som dos trovões,
A chuva varre a calçada vazia.
Nem um guarda-chuva perdido,
Ninguém por perto.


Raios no horizonte, sensações.
Relâmpagos tiram fotografia,
Tantos sonhos repartidos,
Neste frio, deserto.


A tempestade devastou os corações,
Acabou-se o encanto, a magia.
Agora chove sentimentos proibidos,
Numa tarde de futuro incerto.

domingo, 25 de abril de 2010

Paixão Tricolor


Ao redor dos verdes campos de batalha,
Bem ao sul do Brasil.
Uma imensa nação se espalha,
Sob um céu azul anil.

Todos caminham rumo ao grande palco tricolor,
De tantas conquistas e glórias.
Aplaudem, incentivam e cantam suas canções com amor,
Jamais desistem da vitória.

Corre nas veias um sentimento geral,
Glorioso e valente tricolor imortal,
O maior e melhor clube desse milênio.

Tem suas conquistas e a maior torcida como prêmio,
Seja no terreno regional, nacional ou mundial,
Como é bom torcer pro Grêmio!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Entrelinhas de Outono

Ontem, pouco antes de dormir,
Eu sonhei contigo!
O mar estava escuro,
A primeira onda recém chegara.

Tu estavas sonhando com versos,
Que nem mesmo eram seus.
Tinha um sorriso desenhado no rosto,
Estava longe, muito, muito distante.

Nem poderia imaginar que uma poesia,
No exato instante em que você sorria,
Ganhava sorridente um novo papel.
Agora com seu nome nas entrelinhas,
Como um mar de outono, sob um novo céu.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Outono


Cai uma folha de outono,
Sobre um gramado sem dono.
Foram tantos beijos e abraços,
Corações repartidos em pedaços.

O vento sopra sem vontade,
Sinto que o frio do outono me invade.
Perco as folhas, a esperança, a lucidez,
O medo e a angústia me percorrem outra vez.

Um choro na janela vendo a chuva cansada,
Essa constante garoa deixa minha alma atordoada.
A lembrar da primavera, das noites quentes de verão,
E de saber que hoje sou folha, esparramado pelo chão.

sábado, 17 de abril de 2010

A Janela


Atrás da janela de madeira,
Dentro do quarto, fora do alcance.
Existe um amor, um misterioso amor,
Encarcerado, retraído.

Por entre as frestas quebradas,
Pode-se ver a lágrima, que teima em não cair.
Os sonhos que ainda não foram jogados no lixo,
O coração que bate como qualquer coração apaixonado.


Pode-se perceber também as incertezas,
Que confundem suas convicções.
Atrás da janela de madeira,
Desbotada pelo sol.


Velha janela veneziana,
Ora escudo, ora vitrine, ora mirante.
Apodrecida pelo tempo, mantém seu encanto.
Mantém seus segredos, escondendo quem você é realmente!

Do livro "Poemas Urbanos", Editora Alcance, pág. 96

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Reflexo

Arde um silêncio,
Olhos de sangue em frente ao espelho.
Uma lágrima, um vacilo,
Quase um desatino.

Arde um momento,
Focado no reflexo de um sentimento.
O porta-retratos em pedaços,
Um vaso de flor solitário e vazio.

Arde uma tristeza,
Ao ver a chuva se esparramar em pranto.
Diante da janela sem graça da sala,
Que reflete o meu amor por dentro.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Alta Madrugada


Diante da penumbra dos teus olhos,
Encontro tua paz em meu domínio.
Atravesso noites só de pensar,
Dentro de um sonho decorado com papel.

O sono faz seu rosto lindo,
A madrugada sem fim mal começou.
Sorrisos, gracejos, sutileza, inocência,
Pontas apagadas dentro do cinzeiro.

Olhos que procuram os meus para descansar,
O céu da sua boca é o meu inferno.
O tempo dessa noite não vai passar,
Você dormindo é linda demais.