sexta-feira, 23 de outubro de 2015

infinito íntimo

deixemos o final pra depois
pois antes é preciso sonhar
correr com os olhos fechados
perder o medo de arriscar

deixemos o melhor pra depois
tornou-se imprescindível lutar
nadar contra essa corrente
que prende ao invés de soltar

deixemos o amanhã pra depois
e as horas até um pouco mais
vivamos o agora infinito
no grito dos dias normais

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

quintessência

todo fogo
que acende tua essência
traz o cheiro 
a transbordar pelos teus poros
queima o corpo
em suaves labaredas
incendeia
alguns impulsos compulsórios
toda água
que verte do teu centro
todo vento
que compõe tua natureza
arrebentam
as comportas do meu peito
pondo em chamas
minha cama/fortaleza

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

fim de setembro

eu pensei que o vento
pudesse te trazer pra mim
e que em alguma tarde de primavera
teus olhos, quem me dera
pudessem me olhar no fundo
eu pensei que o mundo
continuaria o mesmo sob sol ou chuva
e que as horas seriam nulas
mediante a tua ausência
conclusão precipitada ou inocência
meus olhos lisérgicos
agora te observam nua e líquida
escorrendo pela parede
enquanto torro na cama