quinta-feira, 21 de agosto de 2014

celebração

vamos celebrar o eco
residente nos abismos
o grito dos amantes oprimidos
e o medo no poema de Drummond

vamos celebrar o elo
das correntes necessárias
a morte que tarda mas não falha
e o corvo do poema de Allan Poe

vamos celebrar o caos
vendido a preço de ouro
reviravolta, melancolia e o estouro
como Charles Bukowski falou

vamos celebrar o ócio
o tempo, a demora
pois acabo de encontrar agora
a eternidade num poema de Rimbaud