quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

vulto

meu nome é vulto
ando sem ser percebido
escrevo em paredes
apedrejo vidraças
emito sinais de fumaça aos vivos
arrasto correntes
bato de frente com rótulos
e poderosos que arrotam mentiras
do alto de seus cascos edificados
com mão de obra escravizada
na imensa roda da vida

meu nome é vulto
vulgo cidadão que paga imposto
a contragosto
onde todo mês é de cachorro louco
e o todo que me é furtado
me deixa assim pelas beiras
em trincheiras que eu mesmo cavo
rodeado de amigos
que nunca deram um tiro
mesmo estando com a arma
e o coração na mão