sábado, 30 de julho de 2011

Poucos passos



Não há como fugir
Podes convir
O teu andar
Teu levitar
São meus

Aquele medo
Um pouco cedo
Discreto, sem pensar
A me despertar

Pés descalços
Poucos passos
Separam você de mim
Talvez...

Como o céu e o mar

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Cinema



Teu cartaz
Na vitrine sublime
Do meu cinema
Teorema
Outro fim
De um mesmo filme
Que vale a pena

quinta-feira, 28 de julho de 2011

(in)verno



Inverno
Teu silêncio tão perto de mim
O frio lá fora destoa
O calor do teu corpo

[Garoa   

Um vinho
O fogo
Um beijo
E queimo

Teimo em querer parar o tempo
O escuro, agora paira distante
Enquanto tua boca
Fala, cala e consente

terça-feira, 26 de julho de 2011

Quase agosto



O vento bate no rosto
É quase agosto
Inverno comportamental
Frio de cartão postal
Tão distante de qualquer outra estação

Há pouco chovia
Ainda madrugada fria
O teu sono era meu
Mas o que aconteceu?
Na avenida dessa solidão

O fogo apagou
A paixão acabou

Cadê você!?
Onde estou!?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Romance



Se a chuva me pedir um tempo
Eu direi a ela que fique mais um pouco
Até que anoiteça esse sentimento louco
E faça de ti um sonho bom

Se uma ou outra taça de vinho chegar
Vou inventar um verso breve pra te aconchegar
Escrever-te num momento novo ao adormecer
Antes que o fogo da lareira possa apagar

A nossa música vai servir de trilha
O cenário já foi montado na minha imaginação
Quer você queira ou não

Eu já estou vivendo no espaço
Pensando no teu beijo, nos teus traços
En su cuerpo, su alma y el corazon.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Movimento



Não pare
A parada
Tá parada demais!

Pegue o próximo ônibus
Invente um novo caminho
Sem medo de andar sozinho
Ande...

Vá até o Laranjal
Ou desça no próximo sinal
E só depois volte para o centro

O que realmente importa nessa vida
Não são chegadas, nem partidas
Mas estar em constante movimento.

terça-feira, 12 de julho de 2011

A esmo

daniel moreira


Ao passo que vens
Tão
Mas tão minha
Faz de mim a tua certeza
Um mar calmo sobre a mesa
Que desenha teu papel

E como não falar do céu?!

Foi lá que te vi

Falar
Querer
Trepar
Sentir
Gozar
Morrer

E sorrir

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A pele




Vou de encontro
Àquela luz
Que cega
Corre, queima
Mas não fere

[A pele

E se fechando os olhos
Eu me sentir
Subindo
Em queda livre
Fingindo fugir
Da luminosidade
Eu vou querer mais

[E mais...

Eu quero no escuro
Em cima do muro
Que separa
Você de mim.

domingo, 10 de julho de 2011

Trituba



Limpo os dentes
Desta máquina trituradora
De desejos ardentes

Depois viajo comigo
Enquanto sonho contigo
Num delírio doente

Deveras esta parede calada
E um velho quadro na escada
De uma vida vazia

[Só você mesmo!

Faz a cama virar dia
Um tijolo virar pó
E algumas frases...

Poesia

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Reviravolta



Reviravolta
O amor depois da morte

[volta

O teu beijo enquanto é chama

[solta

O teu cabelo agora.

Prende
Meus olhos no teu corpo

[surpreende

Prevendo todos os meus movimentos

[reacende

A vela ao pé da nossa cama
Ama!

sábado, 2 de julho de 2011

Cabo Polonio

Foto: Raul Garré

A estrada muda

Como muda o vento
O tempo todo
Enquanto ando

Olhos vigilantes
Movidos pela paisagem

[mutante

Fazem de mim, fortaleza
Natureza gritante
Lugares, caminhos

Don de Fluir