terça-feira, 16 de junho de 2015

andar de cima

o teu poema
caiu feito chuva não precipitada
sobre o telhado de zinco
que eu inventei pra me iludir
o teu poema
zuniu feito vento que dobra a esquina
como que pra dizer a que veio
sem pedir licença ou concessão
o teu poema
subiu até o andar de cima
mudou as cores da mobília
molhou os vidros da retina
e alcançou a imensidão

quarta-feira, 10 de junho de 2015

um sonho

o frio condutor
do calor humano
nos aproximou
um fogo inconsequente
de madeira verde
nos brindou com um vinho
uma canção do Vitor
inundou meus tímpanos
e eu quis ganhar teu beijo

foi quando... eu acordei sozinho

quarta-feira, 3 de junho de 2015

segunda-feira, 1 de junho de 2015

estiagem

se me tens 
confuso e distante
saiba que por um instante
eu desejei partir
e sumir como água que adentra a terra
em tempo de seca
e secar como o amor de quem se acomoda
ou desacorçoa

se te pareço 
um pouco melhor do que antes 
(na boa)
saiba que a minha dor
continua a mesma