terça-feira, 11 de maio de 2010

Realidade Capital

foto: Raul Garré

Naufrago em pensamentos profundos,
Ilhado numa ilha de reflexão.
De longe é mais fácil, é mais nítida a impressão,
Afastado desse mundo de possibilidades facilmente substituídas.

Os sonhos me acompanham de longe,
São tão irresponsáveis quanto eu.
Instigam minha impaciência mortífera,
Fazem os dias sobreviverem em mim.

A libido tem prazo de validade,
Os anseios, as vontades tornaram-se artificiais.
O desejo é comprado em bancas de jornais,
Enquanto a natureza doente agüenta firme e forte o desprezo.

Os planos foram abandonados no lixo,
Junto com toda a teoria infundada,
De princípios e valores capitalistas,
Desejos e poesias mal amadas.

É triste tentar entender tudo isso,
O pior é aceitar que muitos jamais questionarão.
Acreditam que o mundo é seu aparelho de televisão,
E continuarão sua caminhada como formigas em fila indiana.

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