sexta-feira, 4 de junho de 2010

Outono Cinza

foto: Raul Garré

Tardes cinzentas de outono,
Folhas e sonhos esparramados pelo chão.
Lágrimas de chuva sobre um coração sem dono,
Esquinas geladas no lado b dessa estação.

Olhares se cruzam na rua da amargura,
Sorrisos escondidos atrás de semblantes artificiais.
Um poema explícito, sem censura,
Uma caricatura daqueles sentimentos superficiais.

Uma fraqueza, uma nova estação,
A certeza de uma triste solidão,
Ao ver a paisagem sem cor.

Tenho medo de morrer por este amor,
Que perdeu as folhas com o fim do verão,
E coloriu com tons de cinza a minha dor.

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