há um distúrbio
em meus olhos
aprisionado nas retinas
condenando-me a ilusão perpétua
de ver as coisas
além do que elas não são
há um dilúvio
em meu peito
pronto pra rebentar as comportas
a espera de um buraco de bala
última gota num copo d’água
prestes a transbordar
há um reduto
em minha mão direita
onde despejo
a minha inconformidade
e isso talvez, seja o que me salve
de uma sorte um pouco pior
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