quinta-feira, 14 de setembro de 2017

pranto

chora o céu de setembro
pelos trabalhadores desempregados
pelo massacre dos porongos 
há tanto tempo comemorado
pelos índios exterminados 
por atrapalhar o agronegócio
por todo o lixo depositado
embaixo dos tapetes de luxo

chora o céu de setembro 
pelos moradores de rua 
pelo poeta abandonado 
que morreu nos braços da chuva 
pela devastação da amazônia 
pela censura à manifestação artística
pela fome que voltará ao subúrbio
por todo ódio que interrompe a vida

chora, oh céu de setembro

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