sábado, 17 de abril de 2010

A Janela


Atrás da janela de madeira,
Dentro do quarto, fora do alcance.
Existe um amor, um misterioso amor,
Encarcerado, retraído.

Por entre as frestas quebradas,
Pode-se ver a lágrima, que teima em não cair.
Os sonhos que ainda não foram jogados no lixo,
O coração que bate como qualquer coração apaixonado.


Pode-se perceber também as incertezas,
Que confundem suas convicções.
Atrás da janela de madeira,
Desbotada pelo sol.


Velha janela veneziana,
Ora escudo, ora vitrine, ora mirante.
Apodrecida pelo tempo, mantém seu encanto.
Mantém seus segredos, escondendo quem você é realmente!

Do livro "Poemas Urbanos", Editora Alcance, pág. 96

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