quinta-feira, 22 de março de 2012

Terminal

foto: Juliana Charnaud


Foi um tempo em que a poesia
Entre idas e vindas
Noites e dias
Sobrevoava os escombros
Indiferente a qualquer possibilidade
De um desfecho sem marcas

Foram cicatrizes e farpas
Varando ruas sofridas
Cruzando os bares da vida
Dormindo em calçadas vazias
Sonhando pelas esquinas
Tatuadas no antebraço esquerdo

E de todo aquele medo
De te perder e me curar
Restou...
A distância irreversível
E essa dor insuportável
E terminal. 

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