sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Saudade

Foto: Raul Garré

A saudade vai brotando aos poucos
Nutrindo-se de ausências e distâncias
E ganha mais importância
Quando se aproximam
As datas antes consideradas
Comemorativas
A saudade só é positiva
Nas entrelinhas de um poema emergente
Ou no refrão de algum tango de Gardel
A saudade sofre
Pena
Morde
Assopra
Rasga o papel
E não se cansa
A saudade não tem nada a ver com o amor
É figura antagônica
Incomoda feito criança contrariada
Desconcerta
E quase nunca agrada
Pois não sabe ir embora
A saudade é a companhia indesejável do agora.

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