segunda-feira, 14 de outubro de 2013

só assim eu mato a minha sede

Foto: Raul Garré

eu queria escrever um poema
que tivesse a cara da América Latina
a simplicidade do povo uruguaio
e a beleza de um tango argentino

que fosse andino
e pudesse ver o pacífico
e que fosse específico
ao relatar Benedetti e Neruda
eu queria escrever um poema
que pudesse servir de ajuda
aos índios exterminados do Pampa
e que também pudesse dialogar
com os Incas de Machu Picchu
dentro do seu tempo

eu queria escrever um poema
sobre a linha do Equador
e derramar o meu amor
como propôs Quintana
ao dedicar a sua vida à poesia
“Um poema como um gole d’água bebido no escuro”

só assim eu mato a minha sede.

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