eu sinto a culpa
dos que não sonharam
o medo dos que não fugiram
e nojo dos afortunados
que se julgavam donos de certos destinos
eu sinto o sal do charque
atravessado
a umidade que escorre pelo casarão
eu sinto no peito um tambor desesperado
que clama por liberdade e expressão
eu sinto o sangue escorrendo
em minhas costas
quando penso nas charqueadas
que beiravam o Arroio Pelotas
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