sábado, 5 de janeiro de 2013

O livro dos rascunhos

Foto: Daniel Giannechini

Sobre a mesa de luz
Um velho caderno de rascunhos
Escrito a punho
E suas histórias
Para muitos ele não tem valor algum
Pois ali estão apenas
Riscos
Rabiscos
Garranchos quase ilegíveis
Caminhos impossíveis que foram se desbravando
A partir de linhas retas
E da tinta azul da caneta esferográfica
Imersa na inspiração efêmera
Que pariu cada letra ali disposta

E se poemas são mesmo
A tradução dos sentimentos do poeta
Em signos do alfabeto
Aquele velho caderno de rascunhos
Conta um pouco da minha história recente
E expõe as minhas vísceras em códigos
Que um dia eu soube decifrar.

2 comentários:

  1. O poeta é capaz de gemer e chorar sem sentir uma dor que seja.
    Beijos!!

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    1. "O poeta é um fingidor.
      Finge tão completamente
      Que chega a fingir que é dor
      A dor que deveras sente..."

      Já bem disse o genial Fernando Pessoa! :)

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